O Distrito de Arapiranga

          A história de Arapiranga é envolvida por alguns mistérios ainda não desvendados até hoje.

         Não se tem idéia de quem e quando foi fundado o distrito de Arapiranga. Sabe-se que, por volta do século XVII, aproximadamente na mesma época da fundação da cidade de Rio de Contas, da qual é distrito, surge como apoio a imigrantes e tropeiros que vinham de Piatã para Rio de Contas, ou vice-versa.

         De início, uma localidade pequena formada por trabalhadores rurais, que fabricavam em sua grande maioria a rapadura, produto extraído da cana-de-açúcar e, que gerava outra profissão, a de tropeiros que levava a rapadura e traziam outros mantimentos que a região não produzia. O “comércio” era formado apenas pela capela (hoje, igreja de São Bernardo), o mercado municipal e algumas casas de donos de fazenda, construídas apenas para suas famílias passarem a festa de São Bernardo.

         O nome Arapiranga é indígena e quer dizer “Igreja na Terra Vermelha”. Foi adotado após reuniões feitas pelos moradores local, liderados pelo vereador da época Bernardo de Oliveira Lima. Antes, a localidade era conhecida como Vila de Furnas (lugar escondido, cercado por montanhas) e Vila Palmital (este último por causa do rio Palmital, que corta a região).

         O distrito de Arapiranga outrora foi uma das locomotivas econômicas do município de Rio de Contas. Isto porque a época da extração do ouro, o rio da Água Suja forneceu parcelas consideráveis do nobre metal. A pujança econômica passada encontra-se registrada em algumas construções ainda conservadas. As casas de fazenda na estrada que liga a sede municipal ao distrito também apontam a prosperidades dos tempos passados.

         Atualmente, Arapiranga é uma comunidade com pequenas fontes de emprego fixo, tendo na produção de cachaça seu maior empregador, ocupando mão de obra durante seis meses por ano. Além da cachaça, do plantio de cana-de-açúcar produzia-se também a rapadura, porém em menor quantidade. Outra fonte de renda é a agricultura familiar e o artesanato, que movimentam o comércio local.

         Com uma população de cerca de 1.030 (mil e trinta) habitantes, Arapiranga possui, hoje, Escola de Ensino Fundamental (da alfabetização à 8ª Série) e Ensino Médio, Posto de Saúde, Cartório de Registro Civil, Sistema de Telefonia, Água e Energia Elétrica, variedades de casas comerciais, Igrejas Evangélicas, Clube Social, entre outros.

         Alguns pontos turísticos são muito visitados e conhecidos, inclusive, internacionalmente, devido ao grande número de turistas brasileiros e estrangeiros, que visitaram a região e deixaram tudo registrado em um site na internet (Google-Ener Ge-Arapiranga). O rio da Água Suja, com suas inúmeras cachoeiras e o Poço das Andorinhas são os mais visitados.

       Tem como subdistrito as comunidades de Casa de Telhas, Lagoa de Feliciano, Umbuzeiro dos Santos, Barreiro, Angico, Boa Vista, Baixa Funda e Tamanduá que são beneficiados no setor educacional, tendo em Arapiranga os Ensinos Fundamentais e Médios. As Unidades Escolares Escola Municipal Coronel Rodolfo Abreu (alfabetização à 4ª série), a Escola Estadual Horácio de Matos (5ª à 8ª séries) e o Centro Educacional Arapiranguense – CEAR ( Ensino Médio), oferecendo oportunidade de crescimento nos âmbitos de trabalho e educação.

          A região que as Unidades Escolares abrangem, participam de maneira restrita, pela própria dificuldade de acesso, por tratar-se de localidades distantes; porém a comunidade local, pouco faz para melhorar a relação de interação entre Escola e comunidade. Mesmo frente a estas e outras dificuldades, sempre que solicitados, estão presentes em sua maioria, opinando e apresentando suas sugestões.

         A Escola, por sua vez, tenta interagir com a comunidade dentro de suas possibilidades, tendo suas “portas sempre abertas” e também indo ao encontro dos acontecimentos culturais ou mesmo promovendo-os. Exemplificando essas ações, a participação escolar é ativa em campanhas nas áreas de saúde, educação ambiental, em comemorações cívicas, religiosas e culturais.

        Esta inter-relação poderia ser mais produtiva se ambas as partes, comunidade e escola, unissem as forças e os interesses em prol de uma educação mais democrática e participativa.